Reconfiguração ontológica da gerência diante da irrupção da inteligência artificial

Resumo

Esta pesquisa analisa como a irrupção da Inteligência Artificial desafia e reconfigura os fundamentos ontológicos da função gerencial; em particular, reflete sobre o valor insubstituível que o gerente humano pode continuar aportando dentro de um cenário mediado por tecnologias inteligentes. Para abordar esta complexa questão, a pesquisa se sustenta em uma análise documental crítica de literatura acadêmico-científica recente. Os resultados sugerem que a IA, ao otimizar processos, manejar grandes volumes de dados e gerar recomendações com alta precisão, incrementa notavelmente a eficiência e a agilidade na tomada de decisões organizacionais. Não obstante, o estudo simultaneamente ressalta a persistência e a revalorização das qualidades humanas insubstituíveis. Evidencia-se que o juízo crítico, a ética, as habilidades socioemocionais, assim como a intuição, a liderança empática e a capacidade de gerir equipes na incerteza constituem o valor diferencial e a primazia do gerente humano, já que a IA inerentemente carece de consciência e senso comum. Conclui-se que o papel gerencial não se torna obsoleto, senão que se transforma e se reorienta em direção a uma meta-gerência, convertendo-se o gerente em um orquestrador entre a inteligência humana e a artificial, potencializando os rendimentos operativos da IA e, ao mesmo tempo, salvaguardando as interações qualitativas humanas e a indispensável responsabilidade social e ética no ambiente organizacional.